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Artrose pós-traumática do joelho: avaliação e tratamento

Se você sofreu uma fratura, entorse grave ou cirurgia no joelho no passado e agora sente dor, inchaço ou travamentos, pode estar lidando com artrose pós-traumática do joelho.

Para o Dr. Ulbiramar Correia, essa forma de artrose surge após um dano que alterou a mecânica da articulação. Nem toda dor depois de trauma é artrose, mas ignorar os sinais pode levar à perda de função.

Neste texto vou explicar de forma prática como é feita a avaliação, quais exames ajudam no diagnóstico e quais são as opções de tratamento — desde medidas conservadoras até cirurgia.

Vou ainda dizer quando procurar um especialista e o que esperar da reabilitação. A ideia é que você saia com um plano claro para conversar com seu médico.

O que é artrose pós-traumática do joelho

A artrose pós-traumática do joelho é o desgaste da cartilagem e alteração da articulação que aparece depois de um trauma. Pode surgir anos após o evento inicial, quando a carga sobre o joelho ficou desigual.

Lesões que danificam a cartilagem, os ligamentos ou o osso condilar aumentam o risco. Mesmo tratamentos que corrigiram o problema inicialmente podem levar à degeneração ao longo do tempo.

Causas mais comuns

  • Fratura intra-articular: quando o osso entra na articulação e a superfície fica irregular.
  • Lesão ligamentar: instabilidade crônica muda a distribuição de carga.
  • Lesões de menisco: remoção significativa do menisco acelera o desgaste.
  • Trauma direto: contusões que danificam cartilagem.

Sintomas típicos

  • Dor: geralmente relacionada à atividade, mas pode ocorrer em repouso.
  • Rigidez: principalmente ao levantar após um tempo sentado.
  • Inchaço: sinais de irritação articular.
  • Perda de mobilidade: dificuldade para agachar ou subir escadas.
  • Estalos ou travamentos: sensação de clique ou bloqueio.

Como é feita a avaliação

A avaliação começa com histórico detalhado. O médico vai perguntar sobre o trauma prévio, tratamentos já feitos e a evolução dos sintomas.

O exame físico investiga deformidades, amplitude de movimento, estabilidade e pontos de dor específicos. Testes simples mostram se há instabilidade do ligamento ou bloqueio mecânico.

Os exames de imagem confirmam o diagnóstico e orientam o tratamento.

Exames úteis

  • Rx simples: mostra perda de espaço articular, osteófitos e desalinhamento.
  • Ressonância magnética: avalia cartilagem, menisco e lesões ósseas de forma detalhada.
  • Tomografia: útil quando há deformidades ósseas complexas.

Tratamento conservador: passos práticos

Nem todo caso exige cirurgia. Muitas pessoas melhoram com medidas não cirúrgicas bem conduzidas. A ideia é reduzir dor, melhorar função e retardar a progressão.

  1. Educação e modificações: ajustar atividades que pioram a dor e usar calçados adequados.
  2. Controle de peso: perder 5 a 10% do peso corporal reduz carga no joelho.
  3. Fisioterapia: exercícios de fortalecimento do quadríceps e ganho de controle motor.
  4. Medicamentos: analgésicos e anti-inflamatórios por curto período conforme orientação médica.
  5. Infiltrações: corticosteróides, ácido hialurônico ou outros agentes podem aliviar sintomas temporariamente.

Essas medidas costumam ser a primeira linha e muitas vezes mantêm a função por anos. A resposta individual varia.

Tratamento cirúrgico: quando e quais opções

Conforme alertado por um especialista em prótese do joelho em Goiânia, se a dor persiste, a função piora ou há deformidade significativa, a cirurgia pode ser necessária. A escolha depende da idade, nível de atividade, localização da artrose e lesões associadas.

  • Artroscopia: desbridamento para casos com corpos livres ou sintomas mecânicos específicos.
  • Osteotomia: realinha o eixo do membro para transferir carga para área preservada da cartilagem.
  • Prótese parcial do joelho: indicada quando apenas um compartimento está comprometido.
  • Prótese total do joelho: para artrose extensa e deformidade importante.

Em casos pós-traumáticos, a cirurgia pode ser técnica mais complexa por cicatrizes, alterações ósseas ou contraturas. Por isso é importante discutir com um profissional experiente. Se você estiver considerando prótese, vale consultar um especialista para uma opinião detalhada.

Reabilitação e expectativas

A reabilitação é parte central do sucesso, seja após tratamento conservador ou cirurgia. Programas estruturados com fisioterapeuta aceleram a recuperação.

Após prótese, o objetivo é recuperar marcha e força. Depois de osteotomia, a reabilitação foca em reequilíbrio muscular e retorno gradual às atividades.

Resultados variam, mas muitos pacientes voltam a atividades diárias com significativa redução da dor.

Prevenção e cuidados a longo prazo

Algumas atitudes reduzem o risco de evolução da artrose pós-traumática do joelho. Mantenha força muscular, controle de peso e trate instabilidades ou lesões meniscais com acompanhamento adequado.

Retornar cedo para reabilitação após fraturas ou cirurgias ajuda a preservar a função e evita padrões de movimento compensatórios que sobrecarregam a articulação.

Quando procurar um médico

Procure avaliação se a dor limita sua rotina, há inchaço persistente, sensação de instabilidade ou bloqueios. Avaliação precoce permite opções menos invasivas e melhora o prognóstico.

Conclusão

Artrose pós-traumática do joelho é uma consequência comum de lesões que alteram a mecânica da articulação. A avaliação combina história, exame físico e exames de imagem para traçar o melhor plano.

Tratamentos vão desde mudanças no estilo de vida e fisioterapia até osteotomia e prótese, dependendo do caso. A reabilitação é essencial em todas as fases.

Se você sente dor ou perda de função após um trauma antigo, marque uma consulta e aplique as dicas apresentadas para melhorar a qualidade de vida. Artrose pós-traumática do joelho pode ser tratada e você pode recuperar mobilidade com a abordagem certa.

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