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Necrose avascular da cabeça do fêmur: avaliação e tratamento

Você sente dor no quadril que não passa com repouso ou remédios simples? Pode ser sinal de necrose avascular da cabeça do fêmur.

Esse problema ocorre quando o suprimento de sangue para a cabeça do fêmur diminui ou cessa, levando à morte do osso e ao colapso da articulação.

É comum em pessoas com histórico de uso prolongado de corticosteroides, alcoolismo ou trauma.

Neste artigo eu explico de forma prática como reconhecer sintomas, quais exames pedir, como são avaliadas as fases da doença e quais são as opções de tratamento, desde medidas conservadoras até cirurgias.

O que é e por que acontece

Conforme citado por médicos especializados em tratamento ortopédico em Goiânia, a necrose avascular da cabeça do fêmur é a perda de circulação sanguínea no interior do osso que leva à morte das células ósseas.

Sem sangue, o osso enfraquece e pode desabar, causando dor intensa e limitação de movimento.

As causas mais comuns incluem uso crônico de corticoides, consumo excessivo de álcool, traumas como fratura do colo femoral, doenças hematológicas como anemia falciforme, e algumas doenças autoimunes.

Em muitos casos a causa é idiopática, ou seja, não é encontrada.

Sinais e sintomas

Os sintomas podem começar de forma sutil. No início, a dor aparece com esforço e melhora com repouso. Com a progressão, a dor passa a ocorrer em atividades leves e até em repouso.

Procure atendimento se tiver dor no quadril que irradia para virilha ou joelho, rigidez articular, ou dificuldade para caminhar. A perda gradual da amplitude de movimento é comum à medida que a superfície articular colapsa.

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico começa com a história clínica e o exame físico. A suspeita leva a exames de imagem para confirmar e estadiar a lesão.

Radiografia simples: Primeiro exame. Pode estar normal nas fases iniciais.

Ressonância magnética: Padrão ouro para detectar necrose precoce e delimitar extensão.

Tomografia computadorizada: Útil para avaliar colapso ósseo e planejamento cirúrgico.

Exames laboratoriais: Ajudam a investigar causas associadas, como doenças reumatológicas ou hematológicas.

Classificação e estágio

Os estágios orientam o tratamento. Um sistema usado com frequência é o de Ficat e Arlet, que vai de estágio I (imagem normal em raio X, alteração na ressonância) até estágio IV (artrose estabelecida com perda da estrutura da cabeça femoral).

Tratar cedo aumenta as chances de preservar a cabeça femoral e evitar prótese total de quadril.

Opções de tratamento

Segundo explicações da equipe técnica do COE – Centro de Ortopedia Especializada em Goiânia, o tratamento depende do estágio, da idade do paciente, do tamanho e da localização da lesão. O objetivo é aliviar a dor, retardar a progressão e, quando possível, salvar a cabeça femoral.

Medidas conservadoras

Repouso relativo e controle de carga: Uso de muletas para reduzir pressão sobre a articulação em fases iniciais.

Fisioterapia: Fortalecimento e manutenção da amplitude de movimento.

Medicação analgésica e anti-inflamatória: Controle da dor enquanto se avalia evolução.

Modificação de fatores de risco: Suspender álcool e revisar uso de corticosteroides com o médico.

Tratamentos que visam preservar a cabeça femoral

Quando a necrose está em fase inicial ou tem pequena área comprometida, procedimentos que buscam restaurar a circulação e aliviar a pressão interna do osso podem ser indicados.

Descompressão central (core decompression): Técnica para reduzir pressão intraóssea e estimular revascularização.

Enxertia óssea e substitutos ósseos: Podem ser usados junto com a descompressão para preencher o defeito.

Osteotomias: Procedimento que muda a biomecânica do quadril para deslocar a área lesionada para uma região com carga menor.

Substituição articular

Quando há colapso significativo da cabeça femoral ou artrose secundária, a prótese total de quadril é a opção mais eficaz para controlar dor e recuperar função.

Em pacientes jovens, a decisão considera a expectativa de vida da prótese e a necessidade de revisões futuras. Em alguns casos, próteses de superfície articular são avaliadas, mas têm indicações restritas.

Recuperação e reabilitação

O tempo de recuperação varia com o procedimento. Após descompressão, a reabilitação foca em controle de carga e fortalecimento progressivo. Após prótese total, o retorno às atividades diárias costuma ser mais rápido e a dor melhora muito.

Seguir orientação do ortopedista e do fisioterapeuta é crucial para melhores resultados. Evitar carga precoce sobre o quadril protege procedimentos de preservação óssea.

Quando procurar um especialista

Procure avaliação ortopédica diante de dor persistente no quadril, histórico de fatores de risco ou imagem alterada. Diagnóstico precoce aumenta as chances de tratamento menos invasivo.

Se você estiver em busca de acompanhamento local, considere buscar referência em centros com experiência em cirurgia do quadril e seguimento de necrose.

Exemplo real e prático

Paciente A, 45 anos, usou corticoide por meses e começou com dor na virilha ao correr. A radiografia estava normal, mas a ressonância mostrou área de necrose precoce. Foi indicado descompressão e fisioterapia.

Dois anos depois, sem colapso, caminhava sem dor. Esse caso mostra a importância do diagnóstico precoce e do manejo adequado.

Resumo prático: passos a seguir

Sintoma inicial: Dor no quadril que não melhora com repouso.

Avaliação: Exame clínico e ressonância magnética para confirmar.

Estadiamento: Definir fase da necrose para escolher tratamento.

Tratamento: Medidas conservadoras, procedimentos preservadores ou prótese conforme o caso.

Reabilitação: Seguir fisioterapia e controle de fatores de risco.

Conclusão

A necrose avascular da cabeça do fêmur é uma condição séria, mas com diagnóstico precoce e plano de tratamento adequado é possível aliviar a dor e preservar a articulação. Avaliação por imagem, identificação de fatores de risco e decisão cirúrgica no tempo certo fazem a diferença.

Se você tem dor persistente no quadril, procure um especialista, siga as orientações e aplique as medidas descritas. Acompanhe a evolução e lembre-se: quanto antes o problema for identificado, maiores as chances de sucesso no tratamento da necrose avascular da cabeça do fêmur.
Credito imagem – freepik.com